quinta-feira, abril 30, 2009

Até onde Rússia e NATO irão esticar a corda?


A "telenovela" em torno das manobras militares da NATO na Geórgia está a ter uma continuação cada vez mais tensa. A Aliança Atlântica expulsa dois espiões russos, Moscovo promete responder e, ao mesmo tempo, chama a si a segurança das fronteiras da Abkházia e da Ossétia do Sul, o que mais não é do que um novo passo para anexar esses territórios georgianos.
A Rússia assinou hoje com a Abkházia e Ossétia do Sul acordos bilaterais sobre vigilância conjunta da fronteira estatal.
Para sublinhar a importância dob acto, celebrado no Kremlin, assistiram à cerimónia de assinatura dos documentos o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e os dirigentes da Abkházia e Ossétia do Sul, Serguei Bagapsh e Eduard Kokoiti.
Em conformidade com os acordos, a a Abkházia e a Ossétia do Sul “delegam na Rússia as atribuições em matéria de vigilância da fronteira estatal (com a Geórgia) até que sejam formados corpos de guarda-fronteiras pelas repúblicas separatistas georgianas que proclamaram a sua independência com o apoio da Rússia em Setembro de 2008.
O Serviço Federal da Rússia (FSB, ex-KGB) será o organismo responsável pela realização desses acordos.
Em Agosto do ano passado, Moscovo enviou tropas para a Ossétia do Sul a pretexto de defender os seus cidadãos do ataque das tropas georgianas.
Nos finais desse mês, o Kremlin reconheceu a independência da Abkházia e Ossétia do Sul. Como resposta, Tbilissi rompeu relações diplomáticas com Moscovo.
Ao discursar no acto da assinatura dos documentos, Dmitri Medvedev considerou uma “provocação aberta” os planos da NATO de realizar manobras militares no território da Geórgia, programadas na Geórgia entre 06 de Maio e 01 de Junho.
“Por muito que tentem provar o contrário, as manobras são uma provocação”, frisou o dirigente russo.
“São possíveis provocações nessas regiões e elas devem ser impedidas”, concluiu.
Entretanto, a NATO expulsou dois funcionários da representação permanente da Rússia junto da NATO e o Kremlin prepara-se para responder.
Segundo fontes da Aliança Atlântica citadas pela agência Reuters, esta expulsão está ligada ao processo de Herman Simm, alto funcionário estónio que foi condenado a doze anos de prisão por fornecer à Rússia cerca de 3000 documentos secretos relacionados com as actividades da NATO.
Segundo um relatório da KAPO, serviços de informação da Estónia, públicado pelo diário estónio Postimees, um dos elos de ligação entre Simm e o Serviço de Inteligência Externa (SVR) da Rússia era o agente russo Serguei Iakovlev, que se fazia passar pelo cidadão português António de Jesus Amorett Grafa, sendo portador de um passaporte luso.
Segundo o jornal britânico Financial Times, um dos diplomatas espulsos é o filho de Vladimir Tchijov, representante permanente da Rússia junto da União Europeia.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia confirmou a expulsão dos seus diplomatas e prepara-se para responder.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia está a estudar as circunstâncias de dois diplomatas russos para determinar as possíveis acções da nossa parte”, declarou Igor Liakin-Frolov, porta-voz da diplomacia russa.
A continuação segue dentro de momentos...

Moscovo e Kiev tentam relançar relações económicas e políticas


A Rússia irá participar na reconstrução e modernização dos gasodutos ucranianos que transportam gás russo através do território do país vizinho para a Europa, anunciaram na véspera os primeiros-ministros russo e ucraniano, Vladimir Putin e Iúlia Timochenko.
“Esperamos continuar a discussão sobre esse problema”, declarou Putin durante o encontro com Timochenko, realizado em Moscovo.
Serguei Chhmatko, ministro da Energia da Rússia, anunciou que a Rússia e a Ucrânia estão a terminar a redacção de um acordo intergovernamental que prevê a participação da Rússia na modernização da rede ucraniana de gasodutos.
“Ambos os projectos do documento, tanto o ucraniano como o russo, prevêem a participação da parte russa na modernização do sistema ucraniano de trânsito de gás”, declarou.
O ministro russo sublinhou que este acordo não entra em contradição com o acordo análogo, assinado entre a Ucrânia e a União Europeia.
A rede ucraniana de gasodutos, com 37.600 quilómetros de comprimento, é a segunda maior da Europa depois da russa. Em finais de Março, a UE e Ucrânia assinaram uma declaração sobre a modernização da rede ucraniana de gasodutos, acto muito mal recebido por Moscovo.
Iúlia Timoshenko afirmou depois que “a Rússia terá a oportunidade para investir e participar na modernização do sistema de transporte de gás”.
Vladimir Putin defendeu também o relançamento das relações económicas entre os dois países e a sua homóloga ucraniana prometeu o apoio do seu país à adesão da Rússia à Organização Mundial do Comércio.
O Kremlin recusou o pedido de Iúlia Timochenko de pagar antecipadamente 5 mil milhões de dólares pelo gás russo que a Ucrânia irá armazenar nos seus reservatórios até ao Inverno, mas perdoou as multas que Kiev teria de pagar por não ter adquirido os volumes de gás acordados.
Não se pode dizer que os resultados sejam muitos, mas uma coisa parece já ser certa: o Kremlin e Timochenko chegaram a acordo sobre quem Moscovo irá apoiar nas próximas eleições presidenciais na Ucrânia. Pelo menos Iúlia Timochenko tem feito muito para merecer esse apoio.

quarta-feira, abril 29, 2009

Contributo para a História (Moçambique) - repercussão

É sempre com prazer que constato que os artigos que escrevo para a Agência Lusa ou para o meu blog têm repercussão. Desta dez, trata-se da publicação sobre Samora Machel. Antes de publicar aqui uma peça do jornal moçambicano "O País", gostaria de recordar que, agora, não é difícil, como faz Luís Cabaço, antigo ministro da Informação do Governo de Samora Machel, chamar "idiota" ao primeiro embaixador soviético em Moçambique, Piotr Evsiukov. Gostaria que ele tivesse coragem para dizer o mesmo na altura em que Evisiukov estava vivo e era embaixador no Maputo.
Mas fica aqui a promessa, continuarei a publicar mais memórias e documentos para que a História seja construída com as vozes das várias partes. Detesto histórias oficiais, mas o leitor que decida...

“Machel assumiu um cariz autoritário”
O País, Maputo Quarta, 29 Abril 2009


http://www.opais.co.mz/

José Belmiro


Luís Cabaço, antigo ministro de Informação do governo de Samora Machel, reconhece hoje que ao longo da revolução, a Frelimo cometeu vários erros, um dos quais a “operação produção”
José Luís Cabaço foi convida­do, na última segunda-feira, pela Universidade Politécnica para proferir uma palestra su­bordinada ao tema “Discursos e Imagens de Samora Machel em tempos de Mudanças”, onde logi­camente falou da história recente do país. À margem dessa palestra, aceitou conceder uma entrevista ao “O País” onde, o antigo jorna­lista, activista político e ministro de Informação do governo de Sa­mora Machel, fala da sua exeperi­ência revolucionária vivida na Fre­limo. Primeiro, como movimento libertador e, depois, como força dirigente do Estado.
Nesta entrevista e longe da po­lítica activa da qual se desligou há 19 anos, Cabaço diz estar magoa­do com algumas forças externas que procuram a todo custo dene­grir a imagem de Samora Machel e do seu legado. A título de exem­plo, Cabaço diz que há “portu­gueses retornados” que estão en­volvidos nessa campanha negra contra o fundador da nação.
Para além dos retornados, Ca­baço critica as declarações do pri­meiro embaixador soviético em Moçambique, Piotr Evsiukov, que publicou um livro sobre a sua experiência em Moçambique no qual acusa Samora de se ter com­portado como Staline em relação à população branca portuguesa. Tem a palavra José Luís Cabaço.

Dr. Cabaço,...a figura de Sa­mora continua a suscitar acesos debates nos círculos académi­cos. Para uns, ele foi um ver­dadeiro herói que defendeu a causa do seu povo até às últimas consequências. Mas há outros que acham que Samora não pas­sava de um “papagaio” que se limitava a ler discursos que não eram por ele escritos...

Não é verdade que as pessoas tenham pensado assim antes. A verdade é que a partir de um determinado momento, quan­do houve intenção de denegrir a personalidade carismática de Samora, esse discurso começou aparecer.

Na sua opinião, quem está por detrás dessas campanhas negras contra a figura do presi­dente Samora...?

Não sei quem são as pessoas que lançam esses boatos. Não há dúvida de que é uma acção orga­nizada. É um discurso que tem eco numa contestação à figu­ra de Samora e aos valores que este representa. Sei que é uma história com vinculação interna­cional que muitos “portugueses retornados” estão associados. Os primeiros grandes detratores de Samora foram os “portugueses retornados” que pelos vistos vol­taram à carga.

Acha que existe uma acção de­liberada de deturpar a obra de Samora?

Sem dúvida alguma. Esse Sa­mora que tem sido veiculado por aí não tem nada a ver com a vida e obra de Samora.

Trabalhou com ele. Como era Samora?

Samora é o fundador de Mo­çambique, da mesma forma que, Mondlane foi o fundador da Fre­limo e da unidade nacional. Esta é uma marca indelével da sua exiestência e vida. Pessoalmente, Samora foi a pessoa mais intu­siasmante e decisiva que conhe­ci na vida. Foi a pessoa que mais influência exerceu sobre mim

“Embaixador da ex-URSS em Maputo era um idiota”

Esse Samora bom que nos descreve não é partilhado por muitos. Há sectores, principal­mente na academia, que põem em causa a obra de Samora.
Por exemplo, que acham que Samora foi um ditador e autori­tário....

Primeiro, é preciso contextua­lizar o tempo em que Samora go­vernou este país. Foi num perío­do de guerra e bastante difícil. Eu diria que era uma imagem autoritária. Diria que não tanto a imagem do tirano ou ditador, mas sim do autoritário. Nos últi­mos dois ou três anos da sua vida e com o agravamento da guerra, exigiu da parte de Samora uma modificação dos métodos do seu trabalho que eram essencial­mente de estimular o trabalho colectivo. Apartir desse momen­to, Samora começou a não ter tempo para o colectivo e foi to­mando decisões intempestivas e imediatistas que foram assumin­do um cariz autoritário.

Uma das medidas mais mar­cantes na governação de Samora Machel foi, sem dúvida, a “ope­ração produção”, cujo objectivo oficial era de levar pessoas tidas como desempregadas e delin­quentes pelos líderes da revolu­ção para centros de reeducação localizados nas províncias de Niassa e Cabo Delgado, mas que acabou sendo uma tragédia. Quase 30 anos depois, qual é a análise que faz desta acção...

Eu acho que foi um grande erro. A “operação produção” foi um exemplo de procurar resol­ver um problema através de uma forma errada de materializar esse objectivo. Era uma opera­ção extremamente delicada que teria exigido grande preparação. Foi um grande erro.

Na ocasião era ministro. Teve oportunidade para expôr a sua ideia sobre a mesma?

Sob essa questão não. Tive oportunidade de expôr as minhas opiniões sobre outras questões. Havia o centralismo democrático e nós tínhamos direito a emitir as nossas opiniões no partido. Se eu discuti alguma questão foi no partido do que no governo.
O primeiro embaixador sovi­ético em Moçambique, Piotr Ev­siukov, publicou um livro sobre a sua experiência em Moçambi­que no qual acusa Samora de se ter comportado como Staline em relação à população branca portuguesa:

Não concordo com a visão dele. Conheço bem esse embai­xador. Aliás, contei uma história dele num prefácio de um livro que escrevi sobre a biografia de Samora. Devo dizer que Samora tratava-o com bastante respidez por causa do seu comportamen­to discutível. As declarações dele mostram de facto que era um idiota. O problema era em torno do tratamento a dar à situação rodesiana ou sul-africana. E nós tratamos de resolver esse proble­ma no primeiro momento, onde deixamos claro quem estava no poder. Logicamente, os brancos que estavam no poder não gosta­ram de ser desalojados.

Mas, a história reza que a Fre­limo tratou muito mal os bran­cos que estavam em Moçambi­que nos primeiros anos após a independência....

Não é verdade. Os portugueses abandonaram o país porque não aguentaram com a nova realidade.
E a famosa medida 20/24 que consistia em expulsar brancos num espaço de 24 horas com apenas 20 kg de bagagem?
Foram casos pontuais. Quan­tas pessoas foram expulsas....? 100, 200, 1000? não foram ex­pulsas. A grande maioria fugiu porque não aceitou o novo go­verno liderado pela Frelimo.

Acha que a história um dia vai absolver Samora Machel e a Fre­limo pelos erros do passado?

Samora e a Frelimo comete­ram erros. Isso é indiscutível. Mas os erros foram também cometidos depois de Samora. Qualquer governo comete er­ros. Se há um grande sucesso na vida de Samora foi a derrota do colonialismo e a instalação da independência. Por isso, Sa­mora e a Frelimo não têm por que serem absolvidos. Quem deve ser absolvido pela história são os portugueses que a devem compreender realmente.

Depois da morte de Samora, o Dr. abandonou a política acti­va. Porquê?

Samora morreu em 1986 e eu abandonei a política cinco anos mais tarde, portanto, quando fiz 50 anos. Achei que tinha de­sempenhado as funções que de­sempenhei no país, no partido e no governo, por uma questão conjuntural, pois vínhamos de uma situação de grandes desi­quilíbrios na altura da indepen­dência e havia necessidade de pessoas como eu ocuparem essas funções. Quando chegamos em 1991, vi que o país já tinha mui­tos quadros com experiência e, portanto, achei que ficar no po­der era ocupar um lugar por ve­terania, já não me competia.

Há quem diga que o Dr. Ca­baço, juntamente com a equipa base do governo da Frelimo, constituida por brancos, cane­cos e mulatos (...) abandonou a política activa por não concor­dar com o novo modelo de go­vernação que estava a nascer, ou seja, não quis trair a consci­ência. é verdade?

É mentira. Primeiro dentro da Frelimo não havia grupo Caba­ço. O meu grupo era do secreta­riado do Comité Central e fui o único que sai na altura. Foi uma decisão absolutamente pessoal e tomada de acordo com a mi­nha consciência. O dr. Rebelo e outros continuam no Comité Central e isso é fazer política activa. Continuo membro da Frelimo e não tenho problemas com ninguém. Nunca fui margi­nalizado dentro da Frelimo por ser branco.

Rússia anuncia retirada de sua assinatura da Carta Energética


O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, declarou, na terça-feira, que a Rússia não vê sentido em conservar a sua assinatura na Carta Energética, que foi assinada, mas não ratificada pela Rússia.
“A Carta Energética, que foi assinada, mas não ratificada até agora pela parte russa, não desempenhou o seu papel. Hoje, podemos dizer claramente que não vemos qualquer sentido em conservar a nossa assinatura nesse documento”, declarou Putin, depois de um encontro com o seu homólogo búlgaro, Serguei Stanichev.
A Carta Energética foi assinada por meia centena de países, entre eles a Rússia, com a finalidade de estabelecer o marco jurídico e as obrigações para o comércio energético entre o leste e o oeste da Europa. No entanto, a Rússia negou-se a ratificar o documento porque o considera desequilibrado e prejudicial aos interesses dos países produtores.
Moscovo propõe a assinatura de uma nova carta com três itens: o primeiro estabelece princípios básicos da cooperação energética internacional; o segundo expõe o acordo de trânsito, que incluirá um convénio especial para possíveis conflitos; e o terceiro estende o pacto não somente ao petróleo e ao gás natural, mas também à eletricidade, ao carvão e aos combustíveis nucleares.
Putin anunciou também que a Rússia e a Bulgária assinarão dentro de duas semanas um documento relativo ao gasoduto South Stream.
Com uma capacidade de 31 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano com um aumento possível de 16 mil milhões de metros cúbicos, o gasoduto South Stream, projecto desenvolvido desde 2007 pela Gazprom russa e a Eni italiana, ligará a Rússia à Europa Meridional por debaixo das águas do Mar Negro e Adriático, contornando a Ucrânia. O tubo será montado a 2 quilómetros de profundidade e terá um comprimento de 900 quilómetros.
A fim de instalar os sectores terrestres do gasoduto, a Rússia já assinou acordos com a Sérvia, Hungria e a Grécia.

Serguei Stanichev, anteriormente, anunciára que a Bulgária também pretende participar no projecto do Nabucco, gasoduto que irá transportar´combustível azul da Ásia Central para a Europa, ladeando a Rússia. Desse modo, Sofia tenta transformar-se num ponto estratégico de trânsito de gás.
O primeiro-ministro russo revelou que o seu país voltará a estudar o pedido da Bulgária de concessão de um crédito para a construção da central nuclear búlgara de Belene.
“O primeiro-ministro búlgaro pediu-me para voltar a estudar a possibilidade de fazer um empréstimo de vários nilhares de milhões de euros para a construção da central de Belene e penso que poderemos resolver o problema”, declarou ele.
Putin lembrou que a Rússia tinha previsto esse dinheiro no seu Orçamento de Estado do ano passado, mas a parte búlgara desistiu do empréstimo e o dinheiro foi canalizado para outros fins.

terça-feira, abril 28, 2009

Apagou-se uma das maiores estrelas do bailado clássico


A famosa bailarina russa Ekaterina Maximova faleceu a noite passada aos 70 anos, informou hoje o Teatro Bolshoi de Moscovo, onde dançou 30 anos.
A causa da morte da ex-primeira bailarina do Bolshoi ainda é desconhecida.
“Para todos nossos, a sua morte foi completamente inesperada, ela estava cheia de forças físicas e espirituais e todos nós esperavamos mais êxitos criativos”, declarou aos jornalistas Anatoli Iksanov, director do Teatro Bolshoi.
“Recentemente, celebrámos o 70º aniversário de Ekaterina Maxímova e toda a sala do Teatro Bolshoi saudou-a a uma só voz, com efusivos aplausos e um sem número de ramos de flores. Então, assinalámos também os 50 anos de trabalho conjunto com o seu marido, amigo e único parceiro no palco, Vladimir Vassiliev”, frisou.
O dueto Vassiliev e Maxímova foi considerado pela crítica da especialidade “o par de ouro do bailado do séc. XX”, “o dueto mais perfeito que o séc. XX viu nascer”.
Maxímova faleceu em sua casa na ausência do seu marido, que se encontrava em Itália em visita de trabalho e regressou a Moscovo após receber a notícia.
Dmitri Medvedev, Presidente da Rússia, expressou as suas condolências aos familiares de Maxímova e ao Teatro Bolshoi pelo falecimento da “grande bailarina russa”, informou o centro de imprensa do Kremlin.
Ekaterina Maxímova, nasceu a 1 de Fevereiro de 1939 em Moscovo e, aos 18 anos, logo após terminar a Escola Coreográfica da capital russa, foi aceite no elenco do famoso Teatro Bolshoi, em cujo palco brilhou durante 30 anos.
Como solista, ela estreou-se no papel de Macha no “Quebra Nozes” de Tchaikovski e durante a sua vida profissional, brilhou em obras-primas do bailado clássico como “Gisele”, “Lago dos Cisnes”, “Dom Quixote”, “A bela adormecida” e “Petruchka”.
Mas Maxímova participou também em bailados modernos como “Romeu e Julieta” de Prokofiev e “Chamas de Paris” de Assafiev.
Em 1978, Maxímova começou a actuar também em elencos estrangeiros, foi estrela do Bailado Clássico de Moscovo e imortalizou a sua dança em “Aniuta”, “Galateia”.
Galardoada com numerosos pretigiosos prémios internacionais, destaca-se entre eles a condecoração concedida pelo Governo do Brasil de Comendador da Ordem de Rio Branco, pelo contributo que deu na abertura de uma escola de bailado nesse país.

Tive a felicidade de ver esta bailarina actuar no "Lago dos Cisnes" e na "Florzinha de Pedra", espectáculos inesquecíveis. Fica a herança, uma escola de bailado que continua a brilhar no mundo.

Ainda recentemente, fui ver "Esmeralda", obra de bailado segundo a obra "Nossa Senhora de Paris". Mais uma obra-prima da escola russa.

segunda-feira, abril 27, 2009

Russos tentam fechar porta à gripe suína


O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, assinou hoje um documento que cria uma “comissão governamental para impedir a entrada da chamada gripe suína no território da Rússia”, declarou Dmitri Peskov, porta-voz do Governo russo.
Segundo Peskov, a comissão será dirigida por Victor Zubov, primeiro vice-primeiro-ministro, e é composta por Guennadi Onischenko, chefe dos Serviços Sanitários da Rússia, por Serguei Dankvert, chefe do Controlo Sanitário Agrícola da Rússia, bem como representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Serviço Alfandegário da Rússia.
“A comissão já começou a trabalhar, já estão a ser concretizadas medidas com vista a impedir a entrada e difusão da febre suína na Rússia, acrescentou Peskov.
Guennadi Onischenko já anunciou a implantação de medidas especiais de controle nos aeroportos para os passageiros provenientes da América do Norte, especialmente do México, tendo em vista travar o surto de gripe suína.
Além disso, a Rússia proibiu a importação de carne do México e de vários Estados norte-americanos.
"As autoridades máximas da Rússia estão completamente informadas sobre a situação com a gripe suína", disse Onischenko em declarações ao canal de televisão russo "Vesti".
Ele acrescentou que se tomou a decisão de reactivar os grupos de especialistas que actuaram em 2005 e 2006 devido à gripe das aves.
O médico ressaltou que na Rússia "por enquanto, não foram registrados casos de gripe suína" em seres humanos.
Oleg Kissilov, director do Instituto da Gripe de São Petersburgo, declara que “nas pessoas não foram detectados indícios de imunidade ao vírus da febre suína”.
Ele assinalou que o vírus do tipo H1N1 circula tanto no homem, como no porco, mas acrescenta que “pelos vistos, o México enfrenta um híbrido seu”.
“Tem lugar interacção ao nível do aparelho genético desses vírus, o que leva à aquisição de novas propriedades anti-genéticas, aparece um vírus contra os quais não temos indícios de imunidade, embora ele faça parte do subtipo H1N1”, explicou o cientista à agência Ria-Novosti.
Porém, Guennadi Onischenko sublinha que “a febre suína não é mortalmente perigosa se o diagnóstico for feito rapidamente e a assistência médica for competente”.

A Humanidade vê-se mais uma vez frente a um desafio global, que deveria levar os povos e seus dirigentes a juntar esforços sérios e eficazes para travar essa epidemia. Se as grandes potências desviarem o dinheiro gasto em sete ou oito aviões militares ou mísseis, ele poderá ser suficiente para impedir que a gripe suína faça grandes estragos. Mas parece que a Humanidade não toma juízo. Um exemplo, segundo o jornal russo Kommersant, o Vietname está disposto a pagar quase 1,5 mil milhões de euros por seis submarinos que a Rússia tinha planeado vender à Venezuela, mas aos quais Caracas se recusou.

Contributo para a História (Portugal)

"Ditador" para os soviéticos, "exemplo" para os russos

António de Oliveira Salazar era, na época soviética, um símbolo da opressão fascista, colocado ao lado de ditadores como Franco, Hitler ou Mussolini, mas, na Rússia actual, é visto por alguns como um político exemplar para os actuais dirigentes do país.
Em 1950, Salazar “teve a honra” de figurar numa canção de protesto contra o imperialismo norte-americano, com música do grande compositor Serguei Prokofiev. No poema heróico sobre os operários americanos que afundavam os navios com bombas enviadas “para Angola e para Seul, para a Escócia e Saigão”, lê-se: “Não conseguirão transportar mais bombas/ com as mãos operárias/ Levai-as vós, com Salazar e Franco!”
Num cartaz soviético podia-se ver um mapa de Portugal com pessoas pequenas martirizadas por um falcão com um rosto humano tenebroso. E uma quadra, que alguns dizem ser da autoria de Serguei Mikhailkov, o autor da letra do hino soviético: “Sob um Sol tórrido, meridional/Tremendo de medo jovens e velhos/Transformou tudo em morte/ O carrasco e déspota Salazar”.
Depois do fim do comunismo, em 1991, as discussões sobre a figura e obra de Salazar em Portugal surgem nos momentos em que a Rússia escolhe a sua via de desenvolvimento.
Em 1993, Eduard Limonov, dirigente do Partido Nacional-Bolchevique da Rússia, um dos líderes da actual oposição radical ao Kremlin, defendia o corporativismo do “Estado Novo” como melhor regime político.
“...O corporativismo, a meu ver, é o melhor modelo. Ele permite a existência do patrão, do trabalhador e do engenheiro. Todos eles se encontram em diferentes níveis da hierarquia social, mas unidos pelos interesses da corporação. Este é um sistema ideal. Para um país como a Rússia, é a variante mais aceitável”, declarou Limonov.
“Sem criar um Estado fascista, mas, utilizando a ideia do nacional-sindicalismo, o Governo de Salazar conseguiu resultados significativos nas esferas económica, política e social. A utilização inteligente, ponderada e sábia das ideias populares na sociedade portuguesa distinguia favoravelmente o Governo “académico” de Salazar dos governos de outros regimes ditatioriais”, considera o historiador Dmitri Loguinov.
Segundo ele, “não obstante todas as consequências do regime, a conservação dos seus traços sensatos permitiu a Portugal tornar-se de forma suficientemente rápida uma parte moderna da Europa.
A figura de Salazar voltou a ser abordada quando Vladimir Putin entregou o cargo de Presidente da Rússia a Dmitri Medvedev (Março de 2008) e alguns viram nisso uma tentativa da transformação do primeiro em “pai da nação”.
Iúri Karguniuk escrevia então no jornal electrónico gazeta.ru: “Putin parece mesmo considerar-se um criador da história, pai dos povos e criador de um novo Estado, alguém semelhante a Den Xiao Ping na China e a Salazar em Portugal, estadistas cuja influência não estava de forma alguma ligada ao seu estatuto formal”.
“Aos olhos não só da população atascada de propaganda, mas também da élite cínica, Den Xiao Ping e Salazar eram Hércules que souberam mover montanhas: Den Xiao Ping, pai reconhecido das reformas chinesas que limpou os estábulos das consequências da experiência socialista. Salazar, que conseguiu para si poderes extraordinários no controlo do cumprimento do Orçamento, arrancou, em dois anos, de 1928 a 1930, a economia de Portugal de uma crise profundíssima. E isso quando a crise mundial estava a ganhar força”, conclui.

domingo, abril 26, 2009

Russos e portugueses vão trocar experiência no campo do desporto


Vitali Mutko, ministro do Desporto, do Turismo e da Política Juvenil da Rússia, e Pedro Silva Pereira, ministro da Presidência do Conselho de Ministro de Portugal, assinaram na sexta-feira, na capital russa, assinaram um Memorando de Cooperação no campo da Educação Física e Desporto.
Segundo um porta-voz do Ministério russo disse à Lusa, “o documento visa contribuir para a estreita troca de experiência e contactos entre organizações desportivas, estabelecimentos de ensino, federações e outras estruturas dos dois Estados no campo do desporto de alta competição, do desporto de massas, do desporto para deficientes, da ciência e medicina desportivas, das tecnologias e infraestruturas desportivas, da luta contra o emprego de doping, da gestão desportiva”.
Vitali Mutko sublinhou que para a Rússia é importante “estudar a experiência de Portugal na organização e realização do Campeonato da Europa de Futebol de 2004.
“Isso diz respeito, antes de tudo, à construção de novos estádios de futebol ultra-modernos, à manutenção da segurança durante a realização de jogos, ao melhoramento das infraestruturas do turismo e à atracção de turistas estrangeiros”, declarou o ministro russo.
“O futebol é o desporto mais popular e massivo em Portugal, todo o mundo conhece os nomes de treinadores e futebolistas portugueses”, acrescentou.
“Não seria mau organizar estágios regulares de desportistas russos em Portugal e acordar treinos conjuntos de atletas portugueses na Rússia. O acordo do Memorando deverá contribuir para laços mais estreitos entre os nossos Estados no campo do desporto”, frisou Mutko.
O ministro russo aproveitou o encontro para felicitar, através de Pedro Silva Pereira, o povo português pela festa do 25 de Abril.
“Na Rússia, olhámos sempre com simpatia e calor para o povo português e saudámos a Revolução dos Cravos, graças à qual Portugal tornou-se novamente um país aberto para todo o mundo e começou a realizar a política de transformações democráticas”, concluiu Vitali Mutko.

sexta-feira, abril 24, 2009

Festa da língua portuguesa em Moscovo














Este ano, por falta de tempo, não estive na festa anual de língua portuguesa, mas o João Mendonça João, leitor do Instituto Camões e impulsionador do acontecimento, envio as fotos e o texto que a seguir publico:

"Uma centena de pessoas reuniu-se ontem à tarde para celebrar o dia anual da língua portuguesa no Instituto de Relações Internacionais de Moscovo- MGIMO. Os estudantes do Instituto de Relações Internacionais de Moscovo organizaram um espectáculo onde exercitaram a sua fluência em lingua portuguesa. Nikita Muravev, do segundo ano de Relações Internacionais, esteve em grande destaque no campo da fluência.
No evento estiveram presentes representantes das embaixadas de Portugal, Angola e Mocambique, professores , estudantes de português de outros estabelecimentos de ensino superior, e amigos da lusofonia.
O tema da trigésima quarta edição deste evento foi a televisão. Razão pela qual estudantes do primeiro ano de Jornalismo Internacional criaram um telejornal, transmitindo, em bom português, num ecra gigante, notícias bombásticas tais como a transferência de Cristiano Ronaldo para um clube russo.
Em curtos sketches humoristicos, os futuros diplomatas divertiram a plateia, uns com cenas criadas por eles, outros com sketches inspirados no quarteto de humoristas portugueses Gato Fedorento. Foi o caso do segundo ano de Relações Internacionais que optou por satirizar a política, num concurso televisivo que opunha dois politicos de partidos diferentes, numa prova de perguntas e respostas directas a que nenhum dos dois concorrentes conseguiu responder. Ou ainda outro número de duas estudantes de segundo ano que se lançaram na sátira de costumes, numa disputa hilariante entre duas donas de casa sobre a precocidade dos respectivos filhos.
Nao menos divertido foi o teledisco de uma turma de primeiro ano na interpretação de um êxito do trovador russo N. Boiarskii, parodiado em português, com toda a mímica que caracteriza o célebre artista.
A programação musical registou momentos altos. O virtuosismo das guitarradas do estudante Denis Sobe Panek e a voz de Ksenia Voevodina encantaram o publico com uma bossa nova, "Manhã de Carnaval" de Luiz Bonfa. A ementa musical não foi escassa, e ouviram-se outros temas como "tatuagens" de Mafalda Veiga, "Amizade" da banda reggae angolana Kussondulola, "Um a Um" dos brasileiros Tribalistas, "Muda de Vida" do vanguardista Antonio Variacoes, e um dos clássicos da música popular portuguesa "Apita o Comboio".
Por sua vez, o estudante angolano da Universidade da Amizade dos Povos, Denerido Leal, do seu nome artistico DenXL num registo Rap- Hip Hop, pôs ao rubro a sala com dois temas originais "Prazer" e "La em Cima", do seu album "Dentro e Fora do Meu Quarto", ao passo que os estudantes de segundo ano da Universidade Lomonossov trouxeram- nos à memoria o perfume dos cravos de Abril, com uma notável interpretação do famoso poema "Trova do Vento que Passa" de Manuel Alegre, musicado por Adriano Correia de Oliveira.
Os professores de português do Instituto de Relações Internacionais Galina Petrova, Marina Konovalova, Irina Tolmacheva e Nikolai Ivanov foram apanhados de surpresa pelos estudantes do terceiro ano que os imitaram caustica, mas carinhosamente, numa pequena encenação que aludia a um episodio da sua estadia em Braga durante as festas de São João.
O espectáculo acabou com a "Marrabenta", dança tradicional moçambicana pelos estudantes do primeiro ano.
A festa continuou pela tarde fora, com um banquete de convívio, no qual o vinho português esteve em grande destaque. A prova de vinhos foi oferta do AICEP em Moscovo, a quem agradecemos a amabilidade na pessoa do seu director, o Dr. Pedro Patricio. É de salientar tambem a generosidade da Daria Alechkina, estudante do primeiro ano de Jornalismo Internacional, que sacrificou a sua garrafeira pessoal para o sucesso da parte gastronómica do evento. E enquanto o vinho já alegrava as almas presentes, o repórter e musico Evgueni Muravitch pegou na viola e à desgarrada cantou um fado baptizado"Fico-te a Matar", para grande deleite de todos.
É de destacar também o esforço colectivo na organização do evento, o contributo discreto mas determinante de pessoas como a Professora Maria Khvan.
É sempre um prazer voltar a ver lusitanistas de longa data, como o Vitaly Gniatiuk , Liliana Brevern, e caras novas que passam a fazer parte desta nossa comunidade de língua portuguesa.
A festa da língua portuguesa ainda tem muitos e bons dias pela frente. Continua a atrair gente e é uma prova da diversidade cultural que a lusofonia abrange".

Cáucaso russo volta a mexer


O regime de operação antiterrorista, que tinha sido levantado há uma semana, foi reinstaurado em três distritos da Tchetchénia, anunciou um porta-voz militar dessa república russa do Cáucaso do Norte.
“O Estado Maior constatou que a actividade dos bandos armados ilegais (assim são chamados os guerrilheiros islâmicos separatistas) intensificou-se no território dos distritos tchetchenos de Chatoi (sul), de Vedeno (Sudeste) e numa parte montanhosa de Chali (sudoeste), pelo que foi decidido lançar, a partir das zero horas de 23 de Abril, uma operação antiterrorista nessas regiões”, declarou o porta-voz, citado pelas agências russas.
O regime de operação antiterrorista, em vigor na Tchetchénia durante quase dez anos, foi levantado no passado 16 de Abril.
Por outro lado, o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia anunciou ter liquidado na Cabardino-Balcária o líder da guerrilha local, Zeitun Sultanov, implicado em vários atentados terroristas perpretados nessa república do Norte do Cáucaso russo.
“Sultanov incorporou-se em 2002 no grupo terrorista Iarmuk e mantinha estreitos conrtactos com Chamil Bassaev e Hattab, líderes da guerrilha tchetchena. Em 2005, criou o seu próprio criminoso, responsável pelo assassinato de vários oficiais da polícia no território da república”, precisa uma fonte do FSB, citado pelas agências russas.
A fonte assinalou que Sultanov, a partir de Outubro de 2008, coordenava as actividades terroristas na maior parte da Cabarnia-Balcária e actuava em estreito contacto com os dirigentes de grupos terroristas da Inguchétia, Tchetchénia, Daguestão e Ossétia do Norte.
Segundo fontes das agências russas, durante uma operação especial, realizada na localidade de Khassania, também na Cabardina-Balcária, a 22 de Abril, foi também abatido Alim Boziev, membro de um grupo armado ilegal.
O Ministério do Interior da Rússia, por sua vez, anunciou ter liquidado Zakir Navruzov, um dos líderes de um grupo armado que actua no Daguestão, outra república do Cáucaso do Norte russo.

Medvedev substuitui chefe da inteligência militar

O general-tenente Alexandre Chliakhturov substituirá o general do exército Valentin Korabelnikov como chefe do GRU, Direcção Geral de Inteligência junto do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia, lê-se num decreto hoje assinado pelo Presidente Dmitri Medvedev.
Até agora, Chliakhturov desempenhava o cargo de sub-chefe da GRU.
Em Março passado, Nikolai Makarov, chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia, assegurou que Korabelnikov ficaria no cargo até que terminasse a reforma que está a ser realizada na GRU, organismo que dirige desde Maio de 1997.
“Korabeknikov, que fez 63 anos no passado 04 de Janeiro, exprimiu o desejo de modificar a estrutura da GRU e passar à reforma depois de escolher o seu sucessor”, acrescentou o general Makarov.
A imprensa e analistas militares russos afirmam que Korabelnikov já tinha apresentado o pedido de demissão várias vezes ao Presidente Medvedev por discordar da reforma da GRU.
“Há algum tempo atrás, Korabelnikov voltou a apresentar um pedido de demissão. Desse modo, o general manifestou a sua discordância fase à dissolução de divisões altamente classificadas e bem treinadas ou à intenção de colocar algumas sob o comando das Regiões Militares do Ministério da Defesa”, declarou uma alta patente militar à Ria-Novosti.
Segundo a mesma fonte, “Korabelnikov não está de acordo com a intenção de reduzir os efectivos da GRU”.
Trata-se de uma substituição que está a colocar uma série de questões. Num momento em que o mundo está cada vez mais instável, a Rússia destrói um dos seus melhores serviços secretos. Ou será que outros serviços secretos russos estarão interessados em passar a controlar sozinhos a situação? Um situação para acompanhar.

quinta-feira, abril 23, 2009

Imprensa russa confirma interesse pela Qimonda



O consórcio russo Angstrem está interessado na aquisição da empresa Quimonda e já estão a ser realizadas conversações nesse sentido, escreve hoje o diério económico russo Vedomosti, citando porta-vozes do Governo e do consórcio russo.
“Um representante do Ministério da Indústria e do Comércio confirmou que a questão da possível aquisição da Quimonda foi discutida”, escreve o jornal tendo em vista o encontro do primeiro-ministro da Saxónia e do seu homólogo russo, Vladimir Putin no Kremlin a 21 de Abril.
O interesse pela aquisição da Quimonda é também confirmado pela direcção do consórcio Angstrem.
“O consórcio Angstrem está interessado na Quimonda, que já está em conversações com a Quimonda”, declarou uma porta-voz do consórcio russo, Evguenia Kolossova ao “Vedomosti”.
O diário económico acrescenta que o concorrente russo do Angstrem, o consórcio “Sitronix”, não está interessado na Quimonda, pois considera que no mercado de memórias electrónicas há excesso de produtos, o que levou a uma queda de preços de 70pc no ano passado.
O consórcio “Angstrem” é considerado um dos maiores produtores da indústria electrónica russa.
Segundo o sítio electrónico da Angstrem, “as empresas do grupo produzem semicondutores, micro-controladores, drives” e outros componentes microelectrónicos.
Este grupo, cuja maioria do capital pertence ao Estado, participa na realização de programas nacionais como “Base Tecnológica Nacional”, “que é uma das etapas de superação do atraso tecnológico nas empresas fulcrais nacionais de microelectrónica”.
“A Amstreng exporta metade da sua produção, sendo empresas públicas os principais consumidores da produção no mercado interno”, lê-se no sítio da empresa.
Com sede na cidade de Zelenograd, espécie de Silicon Valey nos arredores de Moscovo, este grupo fabrica muita da sua produção para o complexo militar-industrial russo.
A aquisição da Quimoda poderá ser uma das formas de realizar o programa anunciado pelo dirigente da “Angstrem” na passada segunda feira.
“Espero que até 2020, nós e os nossos colegas ocupemos 100 pc (no fornecimento de material electrónico) na indústria da defesa. Hoje, a Rússia importa até 90pc da produção da indústria microelectrónica, revelando-se a dependência dos produtores nacionais em ramos importantes como complexo militar-industrial, Espaço e comunicações”, declarou Dmitri Milovantsev, director do grupo à imprensa russa.

Contributo para a História (Moçambique)


Samora Machel portou-se como Estaline em relação à população branca portuguesa



Diplomatas soviéticos que deram início às relações diplomáticas entre a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e a República Popular de Moçambique criticam a política realizada por Samora Machel face à população portuguesa branca, sublinhando que, nesta área, o Presidente moçambicano se comportou de forma semelhante ao ditador soviético, José Estaline.
“De forma dura, como Estaline, Samora Machel tratou os portugueses que viviam em Moçambique. Muitos deles receberam com entusiasmo os combatentes pela independência quando entraram em Lourenço Marques e estavam prontos a cooperar de todas as formas com a Frelimo”, escreve Piotr Evsiukov, primeiro embaixador soviético em Moçambique, em “Memórias sobre o trabalho em Moçambique”.
“Não obstante, também aqui se revelou o extremismo de Samora Machel. Ele apresentou condições tais de cidadania e residência aos portugueses em Moçambique que eles foram obrigados, na sua esmagadora maioria, a abandonar o país... Com a fuga dos portugueses, a economia de Moçambique entrou em declínio”, recorda ele.
Piotr Evsiukov recorda que Machel era um convicto admirador de José Estaline.
“Samora Machel falou-me várias vezes do seu apego e respeito por J.Estaline. Durante a visita oficial de uma delegação de Moçambique à URSS, Samora Machel terminou a viagem na Geórgia. Depois das conversações com Eduard Chevarnadzé, Sérgio Vieira, membro da direcção da FRELIMO, veio ter comigo e pediu-me, em nome do Presidente, para arranjar um retrato de Estaline. Claro que os camaradas georgianos satisfizeram o pedido com agrado”, escreve Evsiukov.
Arkadi Glukhov, diplomata soviético que chegou antes de Evsiukov para abrir a embaixada da URSS em Lourenço Marques, escreve: “Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Lisboa, tendo perante si os exemplos da queda dos impérios coloniais da Inglaterra e França, enveredou pela via da reforma intensa do seu sistema colonial, nomeadamente no campo das relações entre raças, da política social e cultural. Tudo isso foi levado à prática na chamada política de “assimilação”, cujos rastos sentimos com evidência quando chegamos a Moçambique”.
“Porém”, continua o diplomata soviético, “esses rastos começaram a desaparecer rapidamente, principalmente depois da entrada na cidade (Lourenço Marques) das unidades militares da FRELIMO e da intensificação de medidas e de todo o tipo de limitações (frequentemente inventadas) contra a população portuguesa, não obstante, em geral, ela ser leal e estar pronta a cooperar com os novos poderes”.
Segundo Glukhov, “no fim de contas, isso levou à partida em massa dos portugueses do país, o que se reflectiu de forma grave na sua vida económica e aumentou a tensão nas relações entre raças”.
Segundo os diplomatas soviéticos, a política de Samora Machel provocou atritos com Joaquim Chissano, primeiro-ministro moçambicano, que defendia o diálogo com a população branca.
Evsiukov escreve que Machel reconheceu o seu erro e “ao aconselhar Robert Mugabé, seu amigo e pretendente ao cargo de Presidente do Zimbabwe, disse-lhe para não expulsar os rodesianos brancos da antiga Rodésia do Sul”.

quarta-feira, abril 22, 2009

Diplomacia russa põe em dúvida o “reinício” de relações com Washington

A diplomacia russa considera que as manobras da NATO na Geórgia são um apoio ao agressor, põe em dúvida que os Estados Unidos revejam os planos de instalação do sistema de defesa antimíssil na Europa do Leste e afirma não existirem bases para a redução radical de armamentos estratégicos.
Ao comentar as manobras da NATO na Geórgia, a realizar em Maio-Junho, Serguei Riabkov, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, declarou: “A Geórgia é um agressor. E nós só podemos qualificar o que se passa como prestação de apoio militar e político ao agressor”
“Por muito que nos tentem convencer, na qualidade de contra-argumentos, de que as manobras estavam planeadas há muito tempo, que não se trata de manobras puramente da NATO, que as manobras são realizadas no quadro da “Parceria para a paz”... Tudo isso são argumentos baratos e não convincentes”, acrescentou o diplomata, citado pelo jornal electrónico newsru.com.
Ao referir-se à questão da instalação de elementos do sistema de defesa antimíssil na Europa, Riabkov afirmou: “Os americanos não reviram os seus planos e não penso que isso venha a acontecer. Pelo contrário, vemos que tem lugar a intensificação do trabalho na esfera do sistema de defesa antimíssil, nomeadamente no formato da NATO”.
“Não temos motivos para estarmos contentes”, frisou ele, acrescentando que ninguém anulou a decisão de instalar mísseis Iskander na região de Kalininegrado.
“Eu acrescentaria a essa fórmula apenas dois “não”: se não existir a terceira região do sistema antimíssil dos Estados Unidos, não haverá “Iskanderes”, sublinhou.
Serguei Riabkov assinalou também que não amadureceram condições para uma redução extraordinária de armamentos nucleares estratégicos.
“Penso não existirem hoje bases para se falar de reduções radicais”, precisou, respondendo aos analistas que consideram que a Rússia e os Estados Unidos poderiam reduzir significativamente o seu potencial nuclear até mil unidades ou menos.
“Mil, quinhentas unidades, não são números que ouvimos dos americanos quando eles expõem a sua posição oficial”, acrescentou.
Segundo ele, Moscovo também está preocupado com o facto de os Estados Unidos, no quadro da realização do Tratado sobre redução dos potenciais estratégicos, não destruir as ogivas, mas armazená-las.
O jornal electrónico newsru.com sublinha que “as palavras de Riabkov contradizem a política de mudanças nas relações de Moscovo e Washington, acordada pelos presidentes Dmitri Medvedev e Barack Obama, a que a imprensa chamou “reinício””.
Por este andar, já não sei até onde irá a retórica verbal...

terça-feira, abril 21, 2009

Crise nem sequer poupa múmia de Lénine


A múmia de Lénine, que se encontra exposta ao público no mausoléu da Praça Vermelha da capital russa, não mudou de fato devido à crise económica, embora esteja a precisar disso há alguns anos, escreve hoje o diário Trud.
Os especialistas que olham pelo estado da múmia do dirigente da revolução comunista na Rússia em 1917 queixam-se de que nem sequer há dinheiro para os trabalhos de embalsamento, a que Lénine tem de ser sujeito anualmente.
“O Estado não dá um cêntimo desde 1992. Tudo é mantido à custa da Fundação “Mausoléu de Lénine” e dos mecenas. E agora com a crise...”, declarou ao jornal Iúri Denissov-Nikolski, vice-director do Instituto de Investigação de ervas medicinais e médicas, que participa nos trabalhos de conservação da múmia.
O cadáver de Lénine foi embalsamado depois da sua morte, em 1921, e exposto num mausoléu construído para o efeito. Durante os primeiros 17, a múmia envergava um fato militar, igual ao usado pelos dirigentes comunistas.
Porém, depois, Lénine passou a vestir um fato civil caro de tecido de lã brilhante, fabricado na Suíça, igual aos que ele gostava de portar quando era vivo. O último foi confeccionado por encomenda em 2003.
Esse fato já devia ter sido mudado há vários anos, mas, devido à falta de meios, ele é sujeito a limpeza a vapor e engomado para que a mais pequena sujidade não prejudique o embalsamento.
Recentemente, a múmia foi sujeita ao tratamento anual com ervas medicinais para melhor se conservar.
“Trata-se de uma tecnologia única. Graças a ela, Lénine pode conservar-se mais cem anos”, sublinha Denissov-Nikolski.

Moscovo apresenta ultimato à NATO

A Rússia não irá restabelecer contactos com a NATO ao nível militar se a Aliança Atlântica não desistir da realização de manobras na Geórgia, declarou hoje Dmitri Rogozin, embaixador russo junto da NATO.
“Se não houver uma reacção (aos protestos da Rússia contra a realização das manobras), iremos tomar medidas concretas. Posso já anunciar uma: o encontro de chefes dos Estados-Maiores Rússia-NATO, marcado para 07 de Maio”, declarou Rogozin ao canal televisivo russo Vesti-24.
A telenovela vai ter continuação...
Infelizmente, a continuação veio mutito depressa. O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) deteve um "espião georgiano", que actuava na cidade de Sotchi, capital dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Interessa assinalar que o FSB (ex-KGB) descobriu que ele mantinha ligações com bandos separatistas no Cáucaso do Norte em 2000 (!) e deixou-o trabalhar calmamente durante nove anos.
Além disso, o Cazaquestão desistiu de participar nas manobras da NATO na Geórgia. Pressão de Moscovo?

Medvedev quer uma nova "arquitectura europeia"


O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, propôs a realização de um forum com a participação de todos os Estados euro-atlânticos, a União Europeia, NATO, Organização para a Segurança e Cooperação na Europeia, Organização do Tratado de Segurança Colectiva e Comunidade de Estados Independentes, para dar início a conversações multilaterais sobre um tratado sobre segurança europeia.
“Considero que o início de conversações sobre o tratado de segurança europeia poderia ter lugar num forum a alto nível com a participação de todos os Estados euro-atlânticos, todas as organizações internacionais, incluindo a UE, NATO, OSCE, OTSC, CEI, organizações regionais de todos os países que fazem parte dessas organizações”, declarou Medvedev, ao discursar na Universidade de Helsínquia.
Segundo ele, a Rússia considera ser indispensável fixar no Tratado de Segurança Europeia mecanismos únicos de regularização pacífica de conflitos, bem como os princípios básicos de controlo dos armamentos.
“Considero importante fixar no Tratado mecanismos únicos de prevenção e regularização de conflitos através de meios pacíficos, avançar para um novo nível de cooperação para enfrentar as ameaças à segurança”, acrescentou.
“No futuro tratado, considero ser necessário incluir também os princípios básicos do desenvolvimento dos regimes de controlo dos armamentos, as medidas de reforço da confiança, da contenção e da suficiência sensata no campo militar”, frisou.
Dmitri Medvedev declarou que espera da NATO que cumpra os compromissos de não instalação de militares e armamentos no território de Estados estrangeiros.
A Rússia, segundo ele, saudaria a decisão da NATO de renunciar aos planos de aumento das suas forças nos países do Báltico.
“Nós já retirámos armamentos pesados em medida considerável da Região de Kalininegrado. Esperamos que os nossos parceiros da NATO revelem contenção e sensatez nestas questões”, concluiu.
O Presidente russo, Dmitri Medvedev, declarou na capital finlandesa que a Rússia apresentará aos seus parceiros do G-20 e da Comunidade de Estados Independentes as suas propostas sobre a cooperação no terreno energético, incluindo o transporte dos recursos energéticos.
“Hoje mesmo, entregarei ao G-8, G-20, aos países da CEI e aos nossos vizinhos mais próximos como a Finlândia, um documento básico que determina os aspectos da cooperação no terreno, incluindo as propostas sobre o acordo de transporte de combustível”, declarou Medvedev numa conferência de imprensa depois de conversações com homóloga finlandesa.
O dirigente russo assinalou que “Moscovo deseja iniciar quanto antes as respectivas conversações com os parceiros da União Europeia e espera que as propostas russas sejam acolhidas de forma construtiva”.
Arkadi Dvorkovitch, assessor de Medevev para assuntos económicos, explicou que este documento é composto por três princípios fundamentais.
“Trata-se de um documento que contém três capítulos”, declarou Dvorkovitch, que acompanha o Presidente russo.
“O primeiro contém os princípios da cooperação energética internacional que devem servir de base ao novo documento jurídico internacional. O segundo prevê os elementos de um acordo sobre o trânsito, cuja parte constituinte poderá ser um tratado sobre a solução de situações de conflito nessa esfera, na esfera do trânsito”, explicou.
Segundo Dvorkovitch, “o terceiro capítulo prevê os materiais e produtos que consideramos que devem ser abrangidos por actos jurídicos”.
O assessor considera que as propostas russas não serão uma surpresa para os países europeus, mas sublinha que a União Europeia terá de realizar um grande trabalho interno caso sejam aprovadas.
“Já dissemos muitas vezes que não estamos satisfeitos com os documentos que fazem parte do sistema da Carta Energética e que achamos necessário criar uma nova base normativa e jurídica”, acrescentou.
Quanto à construção do North Stream, gasoduto que ligará a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico, Medvedev defendeu que ele é vantajoso para Europa, porque garantirá a sua segurança energética.
“Trata-se de projectos que formam a armação da segurança energética europeia e as numerosas vias alternativas de fornecimento de gás apenas incrementarão a segurança e não o contrário, e, por essa razão, a Rússia continuará avançando nessa direcção observando as normas ecológicas”.
O gasoduto, que deverá entrar em funcionamento em 2010, precisa do apoio dos países da bacia do Báltico para ser construído. A Suécia, a Estónia e a Finlândia têm dúvidas quanto à sua segurança ecológica.

sábado, abril 18, 2009

Excelente ideia: luta conjunta contra pirataria


Os navios de guerra russos irão estar permanentemente na região de acções dos piratas somalis e estão prontos a garantir, juntamente com a Marinha de Guerra dos Estados Unidos, garantir a segurança da navegação na região do Corno de África, declarou o vice-almirante Oleg Burtsev.
“A Marinha de Guerra da Rússia está pronta a interagir com a Marinha de Guerra dos Estados Unidos e de outros países no combate à pirataria. Estamos a planear semelhante interacção”, declarou hoje Burtsev, vice-chefe do Estado Maior da Marinha da Rússia, citado pelas agências russas.
Ele considerou “completamente real” a presença permanente de vasos da marinha russa no Corno de África.
“Isso é completamente real com o emprego de navios de diferentes frotas. É o que estamos a fazer. Inicialmente, aí esteve um navio da Frota do Báltico, depois esteve um da Frota do Pacífico e, actualmente, dirigem-se para lá vasos da Frota do Pacífico que irão combater a pirataria”, precisou o vice-almirante.
Na véspera, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia anunciou estar a estudar a proposta dos Estados Unidos de criação de forças navais internacionais para combaterem a pirataria.
O Governo da Somália não está em condições de pôr fim à pirataria devido à guerra civil que se prolonga há mais de 15 anos e provocou a desintegração desse país em numerosas entidades autónomas, não controladas por Mogadiscio. Segundo dados da ONU, no ano passado registaram-se mais de 120 ataques piratas perto das costas somalis. O “negócio” rende, anualmente, cerca de 150 milhões de dólares.

Trata-se de uma excelente ideia, criar um frente comum no combate à pirataria. Ficará mais barato combater os piratas do que pagar-lhes tributo, até porque os maus exemplos têm tendência para serem copiados.

EDP e Gazprom juntas na Venezuela


A empresa portuguesa EDP, juntamente com a Gazprom (Rússia), a Petroleos de Venezuela, a Eni (Itália) e a Petronas (Malásia), vai participar na exploração dos jazigos de hidrocarbonetos venezuelanos de Blanquilla Este e Tortuga, lê-se num memorando divulgado na capital russa.
Segundo o diário económico Vedomosti, o memorando de cooperação foi assinado pelas empresas Petroleos de Venezuela, Gazprom, ENI, Petronas e EDP em Setembro de 2008, ficando a empresa portuguesa com 05pc das acções.
A Gazprom anunciou que as reservas potenciais de ambos os jazigos ascendem a 260 mil milhões de metros cúbicos de gás e 640 milhões de toneladas de crude. Por isso, este será o mais importante dos projectos que a Gazprom desenvolve fora da Rússia.
Em conformidade com o memorando publicado, a Gazprom irá participar na extracção e liquefação do gás em Blanquilla Este e Tortuga, o que poderá gerar 4,7 milhões de toneladas de gás natural liqueficado.

Resultados de recontagem dão vitória aos comunistas

A Comissão Eleitoral Central da Moldávia (CECM), depois de recontar os votos, não encontrou divergências dos resultados da primeira contagem que possam influir nos resultados finais das eleições parlamentares de 05 de Abril, anunciou hoje Iúri Checan, secretário da CECM.
“Em princípio, a distribuição de mandatos continua a ser a mesma. Os comunistas obtêm 60 lugares no Parlamento, os liberais e os liberais democráticos recebem 15 cada um e a Aliança Nossa Moldávia – 11”, precisou Checan.
Este resultado deverá agora ser aprovado pelo Tribunal Constitucional para que seja formado o novo Parlamento da Moldávia.
O pedido de recontagem de votos tinha sido apresentado pelo Presidente da República, Vladimir Voronin, que também dirige o Partido dos Comunistas da Moldávia, a fim de conseguir “a estalibização do país”.
A oposição organizou acções de protesto no dia 07 de Abril a fim de exigir a recontagem de votos, que terminaram em confrontos que provocaram cerca de 200 feridos e importantes dados materiais.
Porém, agora, a oposição diz que a recontagem pedida por Voronin foi apenas uma manobra para “distrair a opinião pública”.
Se estes resultados forem homologados pelo Tribunal Constitucional, o Partido dos Comunistas precisará de pelo menos um voto de um deputado da oposição para eleger o sucessor de Vladimir Voronin no cargo de Presidente da República.
O Presidente da República da Moldávia não é eleito directamente pelo povo, mas pelos deputados do Parlamento, precisando do apoio mínimo de 61 dos 101 parlamentares. As eleições deverão realizar-se em Junho.

Terá a NATO de pedir autorização à Rússia para realizar manobras e vice-versa?


O Presidente russo, Dmitri Medvedev, considerou hoje que o projecto da NATO de organizar exercícios na Geórgia em Maio era uma decisão «errada» e «perigosa».
«Penso que é uma decisão errada, uma decisão perigosa porque quando um bloco militar realiza jogos de guerra perto de um local onde, não há muito tempo, existiam tensões muito elevadas (...) arrisca-se (a provocar) diferentes tipos de complicações», disse num encontro de imprensa comum com o homólogo do Azerbeijão, Ilham Aliev.
«Tais decisões são decepcionantes e não facilitam o reinício dos contactos integrais entre a Rússia e a NATO. Nós vamos seguir de forma muito atenta o que se vai passar e tomar uma decisão se necessário», acrescentou.
A NATO anunciou quinta-feira que ia organizar exercícios na Geórgia de 06 de Maio a 01 de Junho, no âmbito do programa de Parceria para a Paz, do qual Tbilissi é membro. A Rússia pediu já o adiamento desses exercícios.
Moscovo não aceitou o convite feito pela NATO para participar nas manobras militares entre 06 de Maio e 01 de Junho na Geórgia e anunciou que irá realizar manobras no Norte do Cáucaso na mesma altura.
O embaixador da Rússia junto da Aliança Atlântica, Dmitri Rogozin, considerou “absurdas”, “provocação” e “ingerência nos assuntos internos da Geórgia” as manobras organizadas pela NATO nesse país.
Nas manobras vão participar 19 países, entre os quais aliados da Rússia na Organização do Tratado de Segurança Colectiva, como o Cazaquistão e a Arménia.
Moscovo decidiu realizar manobras militares junto das fronteiras da Geórgia, nomeadamente na Abkházia e Ossétia do Sul, regiões georgianas separatistas que proclamaram a independência com o apoio da Rússia, justificando a iniciativa com "informação concreta sobre a alta probabilidade da realização de acções provocatórias pela Geórgia contra a Abkházia e Ossétia do Sul”, disse o porta-voz da diplomacia russa, Andrei Nesterenko.
“As acções do comando russo visam garantir a segurança dessas repúblicas e dos militares russos aí aquartelados em conformidade com os acordos bilaterais”, frisou Nesterenko.
“As medidas tomadas nada têm de extraordinário e são realizadas no quadro de iniciativas planeadas de treino, que estão presentemente a ter lugar nos territórios da Região Militar do Cáucaso do Norte, da Ossétia do Sul e da Abkházia, nas costas do Mar Negro”, precisou.
No passado dia 10 de Abril , o chefe da diplomacia georgiana, Grigol Vachadzé, acusou a Rússia de estar a concentrar tropas na fronteira com a Geórgia, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo considerou essa declaração “uma falsificação para distrair a opinião pública dos problemas do regime de (o Presidente Mikhail) Saakachvili”.
“Têm lugar manobras militares em toda a Região Militar do Cáucaso do Norte (RMCN), preparamo-nos para revistas. Em Abril terminam os treinos de Inverno, as tropas são examinadas. As unidades são levadas para os polígonos e centros de treino”, declarou o chefe do serviço de imprensa da RMCN, coronel Andrei Bobrun, citado pela imprensa russa.

Gostaria de deixar algumas perguntas aos meus leitores:

1) Por que é que a Rússia está a fazer tanto barulho agora se já tinha sido prevenida dessas manobras há muito tempo e tinha discutido a questão com a NATO, como afirma o centro de imprensa da Secretaria de Estado norte-americana?

2) Não será por isso que organizou manobras nilitares junto das fronteiras da Geórgia no mesmo período? E se assim é, será que a Geórgia não é um Estado independente e tem também o direito de realizar no seu território manobras militares?

3) Será que Moscovo terá motivos para tanto barulho se a NATO veio anunciar que nas manobras não irão ser empregues armas e tanques, se nas manobras participam soldados de países aliados da Rússia como o Cazaquestão ou a Arménia, ou amigos como a Moldávia, Sérvia e Azerbeijão?

4) Com esta posição, não irá Moscovo voltar a unir toda a classe política georgiana e, desse modo, reforçar as posições do Presidente Saakachvili?

A quinta pergunta é dirigida aos organizadores das manobras da NATO:

5) Quem teve a "ideia genial" de convidar a Rússia para umas manobras militares a realizar na Geórgia, tendo em conta a guerra entre os dois países ocorrida há menos de um ano?

Tudo isto não passa de mais uma tempestade num copo de água!

quinta-feira, abril 16, 2009

Moscovo levanta regime de operação antiterrorista na Tchetchénia

O regime de operação antiterrorista, que se encontrava em vigor na Tchetchénia desde 1999, foi levantado no dia 16 de Abril de 2009, anunciou hoje o Comité Antiterrorista Nacional da Rússia (CANR).
“Por incumbência do Presidente da Federação da Rússia, o Comité Antiterrorista Nacional da Rússia fez alterações na organização da actividade antiterrista no território da República da Tchetchénia... Às 00 h 00 m (21 horas TMG), o decreto que declarava o território da república zona de operação anti-terrorista foi anulado”, lê-se num comunicado do CANR.
“Semelhante decisão visa garantir as condições para a posterior normalização da situação na república, para o restabelecimento e desenvolvimento da esfera sócio-económica”, sublinha-se no documento.
Esta decisão foi tomada a pedido de Ramzan Kadirov, Presidente da Tchetchénia, que considera ter neutralizado a guerrilha separatista e ser necessário “criar condições para atrair investimentos estrangeiros na economia tchetchena”.
O regime de operação antiterrorista foi imposto em 1999, quando as tropas de Moscovo tentaram recuperar o terroritório tchetcheno que se encontrava sob o controlo da guerrilha separatista.
Esse regime é também periodicamente imposto em repúblicas do Cáucaso do Norte russo como o Daguestão e a Inguchétia, onde actuam também guerrilhas islâmicas separatistas.
A suspensão do regime de operação antiterrorista irá permitir a retirada de 20 mil soldados das tropas do Ministério do Interior da Rússia do território tchetcheno, mantendo-se aí militares do Ministério da Defesa e agentes do Serviço Federal de Segurança da Rússia.
O levantamento do regime de operação antiterrorista na Tchetchénia não se irá reflectir na capacidade de impedir actos terroristas na região, considera o senador Victor Ozerov, presidente do Comité para a Defesa do Conselho da Federação (câmara alta do Parlamento).
“O levantamento do regime de operação antiterrorista não significa que as autoridades federais e responsáveis pelo combate ao terrorismo fiquem privadas da possibilidade de impôr esse regime em algumas regiões da república da Tchetchénia em casa de necessidade”, explicou ele aos jornalistas.
O senador considerou a decisão do Presidente Medvedev “absolutamente justa”, sublinhando que “não era correcto fazer de conta que na Tchetchénia não estavam a ocorrer melhoramentos significativos na situação política e militar”.
“Desse ponto de vista”, continua Ozerov, “a decisão é uma avaliação do trabalho realizado pelas autoridades e povo da Tchetchénia nos últimos anos.
Oleg Orlov, dirigente da organização de defesa de direitos humanos Memorial, considerou a medida “atempada”, sublinhando que a situação na Tchetchénia melhorou em relação à cinco anos atrás e que “o nível de violência armada é hoje significativamente maior nas repúblicas vizinhas da Tchetchénia”.
Porém, Orlov chama a atenção para o facto de o dirigente tchetcheno, Ramzan Kadirov, “ser sempre o maior optimista”.
“Kadirov anuncia todos os anos a vitória sobre o terrorismo na Tchetchénia”, sublinhou.
Iúlia Latinina, especialista em assuntos do Cáucaso, defende que a decisão parece ser uma “vitória absoluta de Kadirov não sobre a guerrilha, mas sobre a Rússia”, frisando que o dirigente tchetcheno se transforma num político cada vez menos controlado por Moscovo.
Segundo o analista política Stanislav Belkovski disse à Lusa, a decisão de levantar o regime de operação antiterrorista na Tchetchénia terá sérias consequências não só para essa república do Cáucaso, mas para toda a Rússia.
“O Orçamento do país irá ficar seriamente prejudicado no que diza respeito a impostos e taxas alfandegárias. Logo que o aeroporto de Grozni passe a ter estatuto de internacional (exigência de Kadirov), através da Tchetchénia na Rússia começarão a entrar mercadorias, legal e ilegalmente”, explicou.

quarta-feira, abril 15, 2009

Madonna: ou se faz santa, ou não canta em S.Petersburgo


A actuação da cantora Madonna na Praça dos Palácios (na foto) de São Petersburgo, prevista para 02 de Agosto de 2009, deve ser livre de elementos sacrilégios, afirmou hoje Mikhail Piotrovski, director do Museu Hermitage, entrevistado pela rádio Eco de Moscovo.
“Queremos ter garantias de que não se cometerá nenhum sacrilégio na Praça dos Palácios. Embora isso possa ser qualificado de “violação da liberdade de expressão”, na praça temos um monumento com um anjo no cimo de uma coluna”, declarou Petrovski.
O Museu Hermitage encontra-se instalado no Palácio de Inverno, um dos palácios situados na praça central de São Petersburgo.
“Na minha opinião, a Praça dos Palácios não é um lugar propício para a actuação de Madonna”, acrescentou.
O director do Hermitage tem em vista o número quando a cantora aparece crucificada ao interpretar a balada Live to Tell. O Vaticano não aprovou essa ideia de Madonna e a Igreja Ortodoxa Russa considerou-a um “sacrilégio e profanação da fé cristã”.
Piotrovski recordou também que deve ser assinado um contrato onde seja fixado o nível máximo do som durante o concerto, que deverá ser medido durante os ensaios e o concerto.
“Isto são condições inabaláveis”, acrescentou, concluindo que isso foi cumprido durante a actuação dos Rollig Stones e outros concertos na Praça dos Palácios.

segunda-feira, abril 13, 2009

Oposição manifesta-se contra governo de coligação


Os dirigentes da oposição ao Presidente Saakachvili recusaram uma proposta de participação num governo de coligação, declarou Eka Besselia, uma das dirigentes da oposição.
Discursando no comício que a oposição organiza permanentemente frente ao Parlamento da Geórgia, ela declarou: “Hoje, o presidente do Parlamento, David Bakradzé declarou que as autoridades estão prontas a formar um governo de coligação. A nossa resposta é uma: não lutamos por cargos, por lugares no governo. A nossa única exigência é a demissão de Mikhail Saakachvili e trata-se de uma reivindicação sem alternativa”.
Os dirigentes da oposição decidiram transformar toda a cidade de Tbilissi num palco de acções de protesto contra o Presidente Saakachvili
“Cada rua de Tbilissi torna-se um local de acções de protesto, nos próximos dias, os focos de insubordinação civil alargarão a toda a Geórgia. Assim será até que Saakachvili não saia”, declarou Levan Gatchetchiladzé, um dos dirigentes da oposição, num comício onde participam mais de 30 mil pessoas.
Foi decidido realizar, dia e noite, piquetes junto da residência de Mikhail Saakachvili.
“Iremos estar em frente da residência até que Saakachvili assine o pedido de demissão”, declarou Kakhi Kukava, outro dirigente da oposição.
Kukava anunciou que hoje as autoridades da Geórgia deverão fazer cedências à oposição.
“Hoje, às 20 horas (18 horas TMG), todos verão que o poder vai mudar radicalmente a sua posição e disso são prova os acontecimentos do último período”, declarou.
“Não estamos a perder força e verão que a posição do poder vai mudar. E isso será um testemunho de que a força não dimimui, pelo contrário”, acrescentou.
Entretanto, a oposição começa-se a dividir quanto às formas de luta a realizar.
Zurab Nogaideli, antigo primeiro-ministro da Geórgia e dirigente do partido “Por uma Geórgia Justa”, anunciou que os seus apoiantes deixam de participar nas manifestações da oposição.
“No dia 9 de Abril, eu e os meus camaradas realizámos em Batumi uma numerosa manifestação para exigir a demissão de Saakachvili e, no mesmo dia, teve lugar um grande comício da oposição em Tbilissi. Tudo isso foi um grande acontecimento na vida da Geórgia e um passo sério para substituir o poder”, declarou Nogaideli ao jornal georgiano “Versia”.
“Mas, agora, eu e o meu partido decidimos afastar-nos das acções da oposição e não participar em comícios”, acrescentou ele, sem avançar qualquer tipo de explicação.

domingo, abril 12, 2009

Instabilidade na Moldávia e Geórgia pode acabar em banho de sangue


Os cristão católicos e protestantes festejam hoje a Páscoa, enquanto que os cristão ortodoxos (russos, moldavos, georgianos, arménios, etc.) celebram o Domingo de Ramos, mas nem essas importantes celebrações trazem paz à Moldávia e Geórgia, duas antigas repúblicas da União Soviética.
A agência noticiosa russa Interfax acaba de difundir a notícia de que faleceu um dos participantes da manifestação de terça-feira em Chisinau, que começou como protesto contra a vitória comunista nas eleições parlamentares e terminou em actos de vandalismo como a pilhagem dos edifícios do Parlamento e da Presidência da Moldávia.
Segundo os pais do jovem de 23 anos, o seu filho foi detido depois dos desacatos e que "o cadáver apresenta sinais de fortes espancamentos". O Ministério do Interior da Moldávia diz desconhecer o caso e atribui o falecimento a intoxicação pelo gás empregue durante a dispersão da manifestação.
A oposição volta a tentar organizar manifestações de protesto hoje.
Hoje também, chegam notícias da Geórgia de que o centro de imprensa da oposição georgiana, que exige a demissão do Presidente Saakachvili, foi atacado por 50 funcionários dos serviços municipais de limpeza, que destruíram aparelhagem de som e computadores e feriram três pessoas.
A oposição georgiana tinha adiado os protestos para segunda-feira, a fim de permitir aos georgianos festejar o Domingo de Ramos, mas decidir regressar hoje às ruas para continuar os protestos.
À primeira vista, as situações na Geórgia e Moldávia são muito diferentes, mas uma das mais importantes causas de ambas as situações de tensão reside no facto de algumas organizações internacionais não conseguirem resolver os problemas que se colocam perante elas.
Tanto num país como no outro, organizações como a OCSE, Parlamento Europeu, União Europeia reconheceram o carácter legítimo das eleições, embora tenham feito algumas críticas aos processos eleitorais, mais em relação às presidenciais na Geórgia, no ano passado, do que às parlamentares na Moldávia, no domingo passado.
No caso da Moldávia, finalmente, houve unanimidade nesse campo entre os observadores das organizações europeias e os da Comunidade de Estados Independentes.
Porém, é de assinalar que, em qualquer dos casos, os observadores acompanharam os escrutínios, não dedicando igual atenção à forma como decorrem as campanhas eleitorais, nem como são preparados os cadernos eleitorais. E nestas duas fases iniciais é que têm lugar abusos por parte das autoridades.
Durante as campanhas eleitorais, as autoridades utilizam aquilo a que se chama o chamado "factor administrativo", ou seja, a capacidade do poder conquistar votos através de meios pouco correctos como o controlo dos órgãos de informação ou a pressão sobre os funcionários públicos para que votem no partido ou candidato necessários.
No caso dos cadernos eleitorais, um dos juizes do Tribunal Constitucional da Moldávia chamou a atenção para a existência neles de eleitores que já faleceram há 10-15 anos, o que faz com que essas "almas mortas" continuem a votar.
Mas realizadas que estão as eleições e reconhecidas que foram pelas organizações internacionais, é preciso a sua intervenção surgente para fazer com que as divergências não provoquem derrame de sangue em Tbilissi e Chisinau. Trata-se de uma excelente oportunidade, por exemplo, para a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa mostrar a sua utilidade.
Além disso, torna-se urgente a coordenação de esforços da Rússia e União Europeia para pôr fim à espiral de violência nesses dois países europeus.
A Rússia nada ganhará se Mikhail Saakachvili for substituído por um dos líderes da oposição, pois esta não será mais fácil nas relações com o Kremlin; nem a Europa ganhará nada com o derrube de Vladimir Voronin, pois isso poderá significar a desintegração irreversível do país.
É preciso pôr fim à espiral de violência na solução de problemas políticos, processo que requer o apoio internacional. Talvez não seja demais a convocação de uma assembleia pan-europeia (com a participação dos Estados Unidos e Canadá) com vista a elaborar novas regras de convivência no Continente Europeu, iguais para todos.

Páscoa Feliz!

Para os meus leitores que festejam a Páscoa nesta altura (judeus, católicos e protestantes), desejo-vos uma festa feliz.
Para os restantes, neste caso, os cristãos ortodoxos, as felicitações ficam para mais tarde, embora se lhes possa felicitar pelo Domingo de Ramos, acontecimento festejado amplamente pelas Igrejas Ortodoxas.
Paz para todos e desejos de que me reste apenas escrever boas notícias.

sábado, abril 11, 2009


O Presidente da Moldávia, Vladimir Voronin, pronunciou-se pela recontagem total dos votos das eleições parlamentares em que o Partido dos Comunistas da Moldávia obteve uma vitória.
Voronin, na condição de dirigente dos comunistas moldavos, pediu ao Tribunal Constitucional que se pronuncie a favor da recontagem total dos boletins.
“Estou convencido de que a recontagem total dos votos, em conformidade com a legislação vigente e os procedimentos estabelecidos, contribuirá para estabelecer a estabilidade política, a paz e a confiança mútua na República da Moldávia”, escreve Voronin numa mensagem enviada à instância jurídica máxima.

O Tribunal Constitucional promete uma resposta para hoje, sábado, que deverá ir ao encontro do pedido do Presidente Voronin.

A oposição aceitou mal a proposta de Vladimir Voronin, porque considera "uma manobra para distrair a opinião pública".
Descontente com os resultados das eleições parlamentares de domingo passado e suspentendo de fraude, a oposição moldava organizou acções de protesta na capital da Moldávia, que se transformaram em desordens.
Os manifestantes, alguns dos quais portavam bandeiras romenas e exigiam a unificação dos dois países, assaltaram e pilharam os edifícios do Parlamento e da Presidência do país, causando danos materiais avaliados em mais de 50 milhões de euros.
Os confrontos entre manifestantes e polícias provocaram mais de 270 feridos.
A Procuradoria-Geral da Moldávia qualificou os acontecimentos de “tentativa de golpe de estado”, tendo a polícia detido cerca de 200 pessoas.
As autoridades moldavas expulsaram o embaixador romeno em Chisinau e restabeleceram o sistema de vistos com o país vizinho, acusando Bucareste de estar por detrás das desordens.
O deputado russo Konstantin Zatulin, director do Instuto dos Países da CEI, não exclui a possibilidade dos acontecimentos na Moldávia darem início ao reconhecimento da independência da Transdniestria.